Sabe o seu passaporte atual, com foto, número de identificação e até chip? Daqui a algumas décadas, ele será substituído por outro biométrico, que usará as batidas do coração do portador como meio de identificação. Essa é uma das previsões do relatório “2070: The Future Travel Report”, da companhia aérea easy Jet, que se propõe a imaginar como serão as viagens aéreas no futuro.
De acordo com os cientistas e futurólogos que participaram do estudo, patrocinado pela low-cost britânica, quem viajar daqui a quase 50 anos não precisará entrar em filas e ter seus dados verificados por funcionários de órgãos de segurança, administração portuária ou companhias aéreas. Bastará passar por uma máquina que será capaz de captar dados biométricos do passageiro, como traços faciais, leitura de retina e a “assinatura” do batimento cardíaco, que é única para cada pessoa.
As mudanças, claro, não estarão restritas ao aeroporto. Contrariando as atuais tendências, que apontam para espaços cada vez mais reduzidos dentro do avião (para quem não pagar por um assento premium, claro), o relatório apresenta uma previsão até otimista. No futuro, as poltronas poderão se ajustar ao formato do corpo do passageiro. Produzidas com um material “inteligente”, elas se moldarão de acordo com o peso, a altura e até mesmo a temperatura corporal de cada viajante.
Uma vez (muito bem) acomodado, o passageiro terá à sua disposição um serviço de entretenimento de bordo digno de ficção científica. Em vez da telinha instalada na parte traseira do banco da frente, um sistema optoeletrônico permitirá que os filmes e séries (numa oferta muito superior à disponibilizada hoje em dia) sejam exibidos diretamente nos olhos do passageiro.
Algo parecido acontecerá com os passeios. Uma nova geração de óculos e fones de ouvido surgirá, permitindo que a realidade virtual seja aplicada a praticamente qualquer lugar. Usando esses equipamentos, o turista poderá acessar informações interessantes sobre o destino e até mesmo viajar para o passado, vendo como era aquela paisagem e como viviam as pessoas. E fones de ouvido especiais farão a tradução simultânea para qualquer idioma, derrubando a barreira da comunicação.
Entre as previsões do relatório estão sonhos antigos, como táxis voadores nos arredores dos aeroportos, e um novo sistema de decolagem e pouso vertical dos aviões de carreira, o que faria com que as viagens se tornassem mais curtas e que as aeronaves pudessem chegar a mais lugares. E outras possibilidades com as quais as pessoas talvez nunca tivessem sonhado, mas que gostariam que se tornassem realidade, como a possibilidade de escolher, antes do check-in, a firmeza da cama e a temperatura do quarto do hotel.
Pelo que sugerem os cientistas, o futuro será também das impressoras 3D. Essa tecnologia avançará a tal ponto que os turistas não precisarão mais levar malas consigo, já que a cada destino será possível imprimir roupas para aquele tipo de clima ou ocasião. Isso chegará até ao bufê do café da manhã de hotéis, uma instituição praticamente intocada nos dias de hoje. De acordo com os especialistas, será possível “imprimir” qualquer tipo de comida a qualquer hora. Isso ajudaria a reduzir o desperdício de alimentos, um problema crônico em hotéis e restaurantes em todo o mundo.
Encabeçando o relatório, a professora Birgitte Andersen, do Birkbeck College, disse em nota:
“Os próximos 50 anos trarão os maiores avanços tecnológicos que já vimos em viagens e turismo. Aspectos de como passamos as férias serão transformados além do reconhecimento. Olhando para o futuro, até o ano de 2070, os destinos para os quais voamos, o tipo de acomodação em que ficamos e as experiências que temos terão mudado imensamente.”
O relatório pode ser encontrado aqui.
Fonte: G1
Foto: Divulgação