Uma das dúvidas mais frequentes que recebemos é qual a melhor forma de levar dinheiro em viagens internacionais? As opções mais comuns são: dólar, euro ou outra moeda estrangeira em espécie, cartão de crédito internacional, cartão travel money e, mais recentemente, contas digitais internacionais. Tempos atrás, cheques de viagem também eram muito usados, mas foram substituídos por opções mais práticas, econômicas e digitais.
Cada opção tem suas vantagens e desvantagens, além de envolverem custos e riscos diferentes. Nesse post comparamos cada uma delas para te ajudar a escolher a melhor para o seu caso!
Como levar dinheiro para viagens ao exterior
1) Dinheiro em espécie
A forma mais tradicional é levar o dinheiro em espécie. Nesse caso, não tem segredo: basta ir em uma casa de câmbio ou banco e fazer a compra da moeda. O dólar e o euro são as opções mais procuradas pelos turistas devido à sua aceitação mundial. Mas atenção: a cotação pode variar bastante entre uma casa de câmbio e outra, então pesquise antes de fazer a compra. Existem sites que ajudam a fazer a pesquisa e, em alguns casos, fazer o pedido online e receber o dinheiro em casa. A compra de moeda estrangeira em espécie é tributada em 1,1% de IOF (Imposto sobre Operação Financeira).
É essencial ter alguma quantidade de moeda estrangeira em espécie, afinal, é muito provável que você precise fazer alguma compra utilizando dinheiro vivo. Além disso, alguns destinos são conhecidos por não terem uma boa aceitação de cartões, como a Argentina, por exemplo. Por outro lado, essa opção é a de maior risco, pois caso perca ou seja roubado, não há como recuperar o dinheiro, o que pode gerar um transtorno e tanto nas suas férias.
2) Cartão de crédito
Os cartões de crédito foram por muito tempo a primeira opção para uso em viagens ao exterior pela praticidade, segurança e ainda acúmulo de pontos, milhas ou cashback. Eles são, sem sombra de dúvidas, uma forma prática e segura para pagar pelas despesas em qualquer lugar do mundo e também para situações de emergência. Mas também é uma das mais caras!
O IOF cobrado nas compras internacionais com o cartão de crédito aumentou bastante e hoje custa 5,38% (deve cair gradualmente até zerar em 2028). Além disso, os clientes são cobrados pelo ágio/spread do banco emissor do cartão. Essa cobrança não é nada transparente, pois é embutida na conversão do valor das despesas para o real e pode chegar até 7% do valor gasto. Ou seja, você pode pagar mais de 13% além do que efetivamente gastou só por usar o cartão de crédito, além do risco da variação cambial no período da sua viagem. Você pode ver aqui quanto seu banco cobra acima da cotação oficial!
Devido ao seu alto custo, o cartão de crédito deve ser usado de forma pontual no exterior e não como principal forma de pagamento.
3) Conta digital multimoeda
Uma conta digital multimoeda tem o mesmo funcionamento de uma conta digital internacional, com a diferença de que permite que você mantenha e movimente dinheiro em mais de uma moeda estrangeira. O exemplo mais conhecido atualmente é a Wise, que possibilita o uso de mais de 50 moedas, e também a Revolut, que deve chegar ao país ainda neste ano.
Uma vez que você tenha saldo em diferentes moedas, você pode enviar dinheiro para outros usuários da plataforma ou para contas bancárias em todo o mundo. A transferência é rápida e geralmente é mais barata do que uma transferência bancária internacional.
Assim como outras contas, a Wise também oferece um cartão de débito que permite que você fazer pagamentos em diferentes moedas em todo o mundo, sem a necessidade de converter o dinheiro antes da transação. O cartão de débito é vinculado à sua conta digital e pode ser usado em lojas físicas ou online.
4) Envio e saque pela Western Union
Essa é a opção queridinha dos brasileiros que têm ultimamente visitado a Argentina. A Western Union é uma empresa bem tradicional (fundada em 1851) que fornece serviços de transferência de dinheiro em todo o mundo.
Com a WU, você deposita valores em em sua moeda através de agências ou pelo site/aplicativo e envia para alguém que receberá na moeda local do país de transferência. A empresa tem pontos de envio/retirada em diversos locais, incluindo casas de câmbio, lotéricas, bancos e comércios.
Você pode inclusive enviar dinheiro para você mesmo, basta inserir seus dados como destinatário. Na retirada, é solicitado o número da ordem de envio e um documento de identificação do destinatário.
Enviar dinheiro pela Wester Union é um processo simples que pode ser realizado em quatro etapas:
- Escolha como enviar o dinheiro: você pode enviar dinheiro online, através do site ou do aplicativo da Western Union, ou pessoalmente em uma agência ou correspondente autorizado. São milhares espalhados pelo mundo.
- Preencha os detalhes da transferência: forneça as informações do destinatário, incluindo país de destino, nome, endereço e número de telefone, bem como a quantia. Você pode enviar para você mesmo, inclusive.
- Pague pelo envio: no Brasil você pode pagar pela transferência usando Pix ou transferência de conta bancária. Também é possível o pagamentos em espécie em agências e correspondentes.
- Após a confirmação, o destinatário pode sacar o dinheiro em uma agência ou receber em sua conta bancária no país de destino.
5) Cartão Travel Money
A maioria das casas de câmbio vendem cartões de viagem pré-pagos, mais conhecidos como cartões “travel money”. É bem provável que ao ir a uma casa de câmbio o atendente fale empolgado dessa opção, como alternativa a moeda em espécie. Mas, não se iluda! Apesar da praticidade, segurança e de evitarem o risco da variação cambial, esses cartões perderam muito espaço quando o IOF cobrado para recarga passou a ser de 5,38%, o mesmo do cartão de crédito no exterior. Só que o Travel Money não oferece nenhum benefícios adicional, como milhas, pontos ou cashback, e além disso tem geralmente a cotação bem mais cara, sendo assim a alternativa menos vantajosa.
6) Conta digital internacional
Nos últimos anos, surgiram no mercado contas digitais com saldo em moeda estrangeira, principalmente em dólar. A maioria dessas contas não tem nenhum custo para abertura ou manutenção, oferecem uma cotação mais competitiva do que comprar moeda em espécie ou utilizar o cartão de crédito e incidem o IOF de apenas 1,1%. As mais comuns no Brasil são a Nomad, a Wise e a C6.
Funciona assim: você faz a abertura da conta no Brasil, sem sair de casa e envia fotos dos documentos solicitados, aguarda a aprovação da abertura da conta e pronto! Depois é só enviar dinheiro da sua conta em reais no Brasil para a conta em dólar, cadastrar o cartão de débito internacional nas carteiras digitais e viajar! Na hora de fazer a remessa você sabe exatamente quanto irá receber na conta e não há mais nenhuma cobrança extra ao utilizar o saldo fazendo compras com o cartão.
E aí viajante, qual solução você tem usado em suas viagens? E qual você acha mais prática? Com tantas opções disponíveis é sempre bom fazer as contas antes da conversão, pois isso pode significar um boa economia de dinheiro (e de tempo!).
Fonte: Melhores Destinos
Arte: Canva