Pode ser que você ainda não conheça o significado da palavra bleisure, mas possivelmente você até já desfrutou sem querer dessa tendência que se institucionalizou recentemente, no cenário pós-pandemia.

Também conhecido como turismo híbrido, o Bleisure vem da combinação das palavras em inglês Business (negócios) e Leisure (lazer) e significa uma viagem em que é possível unir o trabalho com momentos de descanso e diversão.

Essa iniciativa das empresas já é bastante comum no cenário internacional e começou a ser implementada no Brasil, não apenas como forma de motivar os viajantes corporativos, mas também em resposta a uma demanda comum após a consolidação do home office: horários mais flexíveis e maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

O turismo Bleisure sugere portanto uma agenda menos rígida a executivos em viagens a trabalho. O objetivo ainda é profissional, mas sem a necessidade de horários marcados o dia inteiro ou de retornar correndo ao término dos compromissos. Por que não turistar um pouco nas horas vagas e conhecer melhor o destino? Ou mesmo estender a viagem por alguns dias, aproveitar o final de semana, levar a família?

Após tantas mortes por Covid, o mundo parece ter despertado para a importância da qualidade de vida. Dedicar-se 100% ao trabalho o dia inteiro não faz mais sentido. A meta é ser produtivo sim, mas satisfação e produtividade não se conectam perfeitamente num ciclo virtuoso? Então, quer seja para participar de congressos, treinamentos ou reuniões, a ideia é oferecer ao funcionário a oportunidade de ser feliz também no âmbito pessoal durante a viagem, indo além dos quartos de hotel e auditórios.

Os custos com as quais a empresa já arcaria para enviar o colaborador ao destino permanecem sendo da instituição, com potencial de redução quando o viajante prolonga a estadia, pois os hotéis geralmente baixam os preços para um número maior de diárias, e também a data de retorno pode coincidir com um dia de tarifas aéreas mais em conta.

O funcionário, por sua vez, embora arque com as despesas extras, despende menos do que gastaria para fazer a mesma viagem por iniciativa própria, numa relação ganha-ganha que envolve também toda a cadeia produtiva do Turismo.

É recomendado, entretanto, que o viajante bleisure seja disciplinado e organize sua agenda de forma adequada, além de escolher uma hospedagem com excelente infraestrutura, especialmente nos casos em que se fizer acompanhar por familiares. Para as empresas, é importante deixar as regras relativas a este tipo de viagem bastante claras em suas políticas internas.

Andressa Sattler é agente de viagens corporativas, formada em Turismo e Hotelaria. Atuante na área há 11 anos.

Marcela Britto é jornalista formada pela UFRJ, pós-graduada em Assessoria de Comunicação pela Universidade Estácio de Sá, com MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais pela mesma instituição.