Muitas são as dúvidas dos tutores quando o assunto é viagem com pets. Sobretudo com àqueles considerados terapêuticos ou de apoio/ suporte emocional. Entende-se que um animal é terapêutico quando ele é parte de um tratamento ou intervenção terapêutica para melhora da saúde física, mental, emocional ou social de uma pessoa.
Os animais terapêuticos podem incluir uma variedade de espécies, como cães, gatos, cavalos, pássaros e até mesmo coelhos. Esses animais são treinados e cuidadosamente supervisionados para fornecer apoio e conforto a indivíduos que enfrentam desafios ou condições específicas.
Inicialmente, esses animais eram usados em ambientes terapêuticos, como hospitais, escolas, lares de idosos, centros de reabilitação e consultórios de terapeutas. Contudo, hoje, eles fazem parte das nossas vidas, integralmente. E são também conhecidos como animais de suporte emocional. E não se limitam apenas em fornecer ao tutor o conforto emocional, mas também estimulam a interação social, a atividade física, melhoram a função cognitiva e ajudam na reabilitação física e emocional.
Por isso, não é difícil vê-los cada vez mais presentes em ambientes públicos. Assim também, acompanhando seus tutores em viagens nacionais e internacionais.
Pensando em descomplicar esse tema, conversei com a médica veterinária e nutróloga, Mayara Andrade. E abaixo, destaco alguns pontos importantes para garantir uma experiência positiva ao viajar com seu animal terapêutico.
POLÍTICA DE VIAGEM
Embora comum a viagem com pets e animais terapêuticos, é preciso verificar as políticas de transporte desses “passageiros” junto a companhia aérea, de ônibus, trem ou navio. Certifique-se de entender todos os requisitos e ter a documentação exigida pela empresa de transporte antes do embarque.
Vale dizer que o Brasil não possui uma legislação específica para que animais de apoio emocional viajem com seus tutores na cabine. As companhias aéreas brasileiras definem que somente cães servem de apoio emocional e eles poderão viajar gratuitamente. Algumas consideram gatos também. Mas é preciso contatar a empresa escolhida e verificar caso a caso.
Não confunda com a modalidade “cão-guia”, utilizado por pessoas com deficiência visual ou baixa visão. Nem com “pet na cabine”, relacionado ao transporte do animal de estimação – que é cobrado. Estamos falando de animal terapeuta ou de apoio emocional.
DOCUMENTAÇÃO
Como dito acima, cada empresa tem a sua politica. Consequentemente, as exigências acerca de documentação, também não são padronizadas.
Muitas empresas exigem não apenas os registros de vacinação do animal, como também, cartas de profissionais de saúde mental. Geralmente, cada companhia aérea disponibiliza um modelo de carta ou formulário em seu site, que o médico responsável pelo passageiro deve preencher. Neste documento, comprova-se ser indispensável que o animal viaje na cabine, para que o tutor viaje com tranquilidade.
MEIOS DE TRANSPORTE
É importante observar as regras de transporte do animal em cada categoria e também, relacionados ao seu tamanho/raça.
Algumas companhias aéreas, por exemplo, oferecem acomodações especiais para animais de suporte emocional na cabine, enquanto outras, podem ter restrições ou requisitos específicos, como caixa de transporte, uso de focinheira, entre outros.
Nesse quesito, é importante destacar que os médicos e especialistas geralmente tratam o animal terapêutico de forma diferente dos pets convencionais, por isso, é importante fornecer documentação.
PREPAROS
Antes mesmo da 1ª viagem, é importante lembrar que o animal também estará em ambiente desconhecido. Sendo assim, acostume seu animal de suporte emocional a caixa de transporte, a ambientes mais movimentados, ao uso de focinheira, enfim, a todas as exigências da empresa de transporte que irá usar. Fazer viagens curtas pode ajuda-lo a familiarizar e ainda reduz o estresse durante as viagens mais longas.
CONFORTO E NECESSIDADES BÁSICAS
Garanta que seu animal de suporte emocional tenha água, comida, brinquedos e outros itens essenciais durante a viagem. Leve também uma manta ou cobertor familiar para ajudar a criar um ambiente reconfortante durante a jornada.
Durante a viagem, observe o comportamento e o bem-estar do seu animal. Esteja preparado para oferecer conforto adicional, se necessário, e faça pausas regulares para que ele possa esticar as pernas e fazer suas necessidades.
Mayara, que é também veterinária da BRF PET , dona das marcas Biofresh e Guabi natural, ressalta ainda que a alimentação é sempre um ponto importante para que seu animal se sinta bem, fora ou em casa.
DICAS DA VET
- Leve comida suficiente para a duração de toda a viagem. “É melhor levar mais do que menos. E de preferência na própria embalagem, que garante a manutenção do produto e seus nutrientes”.
- Evite mudanças na dieta. “É importante manter a comida que seu animal está acostumado a comer, para evitar problemas digestivos e estresse longe de casa.” A veterinária ainda diz que, se caso for preciso mudar a comida por algum motivo, que seja gradualmente ao longo da viagem.
- Hidratação sempre! “Certifique-se que o animal tenha acesso constante á agua fresca durante a viagem.” Eu mesma, Cacá Filippini, viajo bastante com meus pets de carro. Ainda assim, levo comigo uma garrafa de água e uma tigela portátil que facilitam a hidratação durante paradas ou pausas no percurso até o destino.
- Pausas para o banheiro são essenciais. O recurso do tapetinho higiênico pode ser uma boa, mas precisa ser treinado, previamente, no caso de animais que não estão acostumados a usá-los.
- Antes de viajar, consulte o veterinário do seu pet terapêutico para obter orientações específicas sobre a alimentação durante a viagem. Ele (a) pode fornecer recomendações personalizadas com base nas necessidades individuais do seu animal.
Por fim, lembre-se que em caso de hospedagem em hotéis ou AirBnB, é preciso também entender quais os requisitos para que você possa estar em companhia do seu amigo de 4 patas.
Fonte: Panrotas
Foto: Canva