Em nosso último texto, iniciamos uma série com o intuito de esclarecer dúvidas comuns sobre o Mercado do Turismo Corporativo. Nele, explicamos o papel de uma agência de viagens corporativas e os benefícios que uma empresa pode obter ao centralizar suas compras através desses serviços.

Agora, vamos desmistificar a questão das reservas aéreas. Por que empresas podem obter tarifas diferentes para o mesmo trecho, no mesmo dia e horário? Isso é possível?

Vejamos. As aeronaves das companhias aéreas são geralmente divididas em várias classes, cada uma com diferentes níveis de conforto e serviços, conforme breves descrições a seguir:

• Primeira Classe (First Class): oferece o máximo de luxo e conforto, com assentos que se transformam em camas, refeições gourmet, entretenimento premium e outras comodidades exclusivas.
• Classe Executiva (Business Class): situada entre a Primeira Classe e a Classe Econômica, oferece assentos espaçosos, reclináveis e serviços premium, como refeições de alta qualidade e acesso a lounges de aeroporto.
• Classe Econômica Premium (Premium Economy): oferece mais conforto do que a Classe Econômica padrão, com assentos mais espaçosos e reclináveis, além de serviços adicionais, como refeições melhoradas e embarque prioritário.
• Classe Econômica (Economy Class): a categoria mais básica e econômica, com assentos mais estreitos e menos espaço para as pernas, além de serviços simplificados a bordo.

Agora vamos abordar a questão das tarifas flutuantes. Como é possível, ao solicitar uma reserva para um colaborador em um voo específico, que a tarifa seja diferente, por exemplo, de um outro colaborador na mesma classe de reserva?

Pois bem, todas as companhias aéreas utilizam subclasses flutuantes de reservas. Esses códigos alfanuméricos são usados para gerenciar a disponibilidade de assentos em diferentes classes de serviço em um mesmo voo. Por exemplo, em um voo da Classe Econômica, a companhia aérea pode usar subcategorias como “Y”, “B”, “M”, “H”, “K”, entre outras, para diferenciar entre tarifas flexíveis, restritas ou promocionais.

Essas subclasses permitem às companhias aéreas gerenciar a disponibilidade de assentos e oferecer uma variedade de opções de preços e condições de reserva aos passageiros. Diversos fatores influenciam os valores das tarifas, incluindo:

• Flexibilidade da reserva: tarifas flexíveis (como “Y” ou “F”) permitem alterações e cancelamentos sem taxas significativas, mas são mais caras.
• Restrições da tarifa: tarifas restritas (como “B”, “M” ou “H”) podem oferecer preços mais acessíveis, mas com algumas restrições quanto a alterações ou cancelamentos.
• Promoções e descontos: algumas subclasses (como “K”, “Q” ou “L”) oferecem descontos significativos, mas podem ter restrições severas, como datas específicas de viagem.
• Demanda e antecedência da reserva: tarifas podem variar com base na demanda do voo e na antecedência da reserva. Em voos com alta demanda, as tarifas tendem a ser mais altas.

O sistema de precificação das companhias aéreas é complexo e considera diversos fatores para determinar os preços das passagens. Isso explica porque podem existir diferentes tarifas para a mesma classe em um mesmo voo.

Até o próximo artigo!

Foto: Canva

Aurélio Zorzi é empresário, com experiência de 23 anos na área de Gestão e Turismo. Graduado em Administração pela Universidade Veiga de Almeida, com MBA em Gestão e Desenvolvimento Empresarial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduado em Gestão Comercial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Certificado Black Belt Lean Six Sigma.